sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Tens tempo para a vida?

No meu habitual café de fim de semana com os amigos mais próximos, por razão alguma, umas das minhas amigas mandou assim para o ar a típica frase do desinteresse, "eu sei lá se estou viva amanha...", fez-me pensar bastante...
Se por acaso morrer amanhã, já fiz tudo o que queria fazer? Já sou o que sonhei ser? Será que ja atingi os os meus objetivos? E já sonhei a realidade? Bem, nada disso!
A vida dá voltas, tipo montanha russa, e das duas uma, ou ficamos enjoados, vomitámos a massa do jantar de há dois dias e saímos de cabeça no chão, ou então aproveitamos a subida para ganhar folgo para a descida, curtimos o momento pa caralho, ficamos enjoados, vomitamos a massa de há dois dias e saímos de cabeça levantada prontos para outra.
O destino, esse não o podemos escolher, mas a forma como o encarámos, isso sim, esta nas nossas mãos. Pela manhã, quando nos levanta-mos, podemos escolher lamuriar-mo-nos com as dores que temos, ou pôr um sorriso na cara e aproveitar as dores que ainda não temos, aproveitar o que ainda funciona bem.

A vida pode ser escura, e a luz pode custar dinheiro, mas vela a vela ilumina-se o mundo.



E tu? Ja disses-te Amo-te hoje?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Já disses-te Amo-te hoje?

Hoje, apetece-me escrever, partilhar a minha historia, a minha vida, as minhas lições… Quem sabe, pode vir a ser útil para alguém, alguém quem ja se tenha sentido perdido… sem rumo… sem definição para a vida.

Eu nasci num berço de ouro, sim acho que posso afirmar isso, tinha tudo, nunca me faltou nada, era feliz, tinha uma família feliz, roçava a perfeição… Até o berço os meus pais venderam!
De repente, sem bater a porta, a miséria e o desespero entraram casa dentro, agarrados ao meu pai, sem sequer pedirem licença, vejam só. Tudo mudou, as flores murcharam, os sorrisos desapareceram, o sol escondeu-se… Amigos nem ve-los, familía só no nome… Familia separada!
Aquela doce cara, que me acordava todos os dias com colegas nos pés, decide fugir. Sem coragem, sem força, acima de tudo sem esperança, aquela rica mãe sente que precisa de um novo rumo, uma nova vida, de um recomeço… quem é que a pode culpar!  e parte, sem ser capaz de olhar para trás, com medo que aquelas duas caras que ao longe lhe dizem adeus, com as lagrimas nos olhos, a impedissem de seguir o seu novo caminho. Quem diria que uma almofada era capaz de absorver tanta lágrima perdida num choro de uma “criança”… De dois meninos, que na altura, sem perceber muito bem o porque, viram-se-lhes a sua Afrodite, a mulher das suas vidas, o modelo de mulher perfeita, desaparecer na imensidão daquele lugar, que ja viu beijos mais sinceros do que num casamento. Naquele momento, perdemos o timoneiro da nossa vida!
Não sabia, nem conseguir personificar a tristeza, pois então bastou-me olhar para os olhos do meu pai. Nunca antes tinha visto uma alma tão desamparada, triste, desesperada sem saber o que fazer, com o que contar, especialmente estava ali um homem que sem o saber, vai ter que criar um menino sozinho.
No final do dia de trabalho, relaxado no banho, dava por mim a pensar - “o que raio é que o pai vai fazer quando tiver que chamar a atenção aquela peste?”. Aquele homem que nem sabia onde se meter, vendo qualquer um dos rapazes chorar… -“Certamente que haverá ocasiões que terá que ser duro e exigente” - pensava eu cá com os meus botões.
Das fraquezas virou forças, à fadiga foi buscar vitalidade,  a dor deu lugar à esperança… O gordo é agora o herói daqueles dois miúdos! Para o gordo aqueles dois miúdos são o mundo!


E tu? Já disses-te Amo-te hoje?